Nápoles

As belezas de Nápoles

Nápoles é a cidade mais importante do sul da Itália, está situada à beira do mar sob as encostas do vulcão Vesúvio, num lindo golfo entre as ilhas de Ischia, famosa pelas suas termas, e Capri, considerada uma jóia das mais apreciadas do mar Mediterrâneo.
Entre os monumentos mais importantes citamos o fantástico Castelo do Ovo, no meio do mar; o palácio Reggia de Capodimonte, residência de verão dos soberanos do Reino das Duas Sicílias no período entre 1700 e 1800.
A poucos quilômetros está Pompéia, destruída no ano de 79 depois de Cristo por uma chuva de cinzas provocada por uma forte erupção do Vesúvio; da antiga cidade restam as escavações arqueológicas, meta do turismo internacional.

Os Napolitanos

Nápoles, cidade onde “napolitano se nasce, não se torna“.
Os napolitanos são irônicos, teatrais, ruidosos, simpáticos, alegres, às vezes tristes, insuperáveis na arte de se arranjar, e não apenas isso.
As características da “napolitanidade” são difundidas pelo mundo através de sua música popular, da literatura, do teatro e de muitos filmes rodados em Nápoles.
Se quiserem ver alguns filmes que mostram a capacidade de sobrevivência dos napolitanos, aconselho e insisto a procura na internet, de “Così parlò Bellavista” (1984, de Luciano De Crescenzio) e “Pacco, doppiopacco e contropaccotto” (1993, de Nanni Loy), comédias hilariantes e, ao mesmo tempo, sobre o folclore napolitano.
Mas também “Matrimônio à Italiana”, detalhado mais a frente, e “O Carteiro e o Poeta” (1994), candidato a cinco prêmios do Oscar, com o grande ator napolitano Massimo Troisi, que faleceu pouco depois ter rodado o filme.

Eduardo De Filippo e a Comédia Napolitana

Eduardo de Filippo (1900-1984), comediante, escritor, poeta e diretor de cinema napolitano, é considerado um dos maiores expoentes da cultura italiana do século XX, tanto que foi nomeado senador vitalício pelo ex-presidente da República Sandro Pertini. Nascido de uma relação do comediante Eduardo Scarpetta com uma costureira de teatro, Eduardo começou a frequentar o palco desde a idade de quatro anos, juntamente com o irmão e a irmã, fundando, mais tarde, juntos, a sua companhia de teatro.

Com ela exportou para a Itália e para o mundo inteiro a criatividade teatral napolitana, fundindo o drama com a comédia, através da comicidade, a expressão e a gestualidade de seus personagens.

Famosa é a sua comédia “Filumena Marturano”, em que Eduardo conta a história de uma senhora com um passado de prostituta, amante de Don Mimì, rico confeiteiro mulherengo, que administra seus bens e atividades comerciais. Chegando à uma idade madura, Filumena finge estar à ponto de morrer para forçar o casamento com Don Mimì, o qual, depois da farsa, contrata um advogado para anular o casamento. Mas a força de ânimo e a determinação da mulher despertam os sentimentos de Don Mimì que, no final, casa com ela de verdade, reconhecendo como seus os três filhos de Filumena, sem saber de qual deles realmente é o pai.

Essa comédia foi traduzida e interpretada em diversas línguas e adaptada para a tela no filme “Matrimônio à Italiana”, de 1964, de Vittorio De Sica, com Marcello Mastroianni e Sofia Loren.

A canção napolitana

A canção napolitana de Enrico Caruso

A canção de Nápoles representa a expressão de sua cultura e de seu povo; nela misturam-se paixão e alegria, para lamentar suas desventuras ou, ao mesmo tempo, para espantar a tristeza e o desconforto. A canção napolitana tem origens antigas, mas sua explosão acontece na passagem entre 1800 e 1900, onde elementos melancólicos e passionais (presentes, por exemplo, nas canções “O sole mio”, de 1895, e “Reginella”, de 1917) deixam espaço, na metade do século XX, à música irônica e alegre de Renato Carosone, que mistura os ritmos da tarantela com o jazz (é famosa a “Tu vuoi fa’ l’americano”, de 1956). Por muitos anos, o Festival da Canção Napolitana contribuiu para a difusão, em todo o mundo, de sua música e de sua cultura. Nos últimos trinta anos, a música evoluiu para temas novos, entre os quais, o blues, conduzido por autores de excelência como Pino Daniele e James Senese. Entre os cantores e autores famosos lembramos também Enrico Caruso, Roberto Murolo e Aurelio Fierro.

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