
A passatella é um antigo jogo praticado durante séculos nas tabernas de Roma e, no geral, da Itália central. Depois de uma passada de cartas, elegia-se entre os participantes o “padrone” e o “sotto”, que decidiam quem, entre os demais jogadores, poderia beber vinho e quem deveria permanecer de “boca seca”, que era transformado em bobo. Quem não bebia, era chamado de “olmo”. Também eu, mal passada a adolescência, vivi a experiência de participar de algumas inocentes passatelle entre companheiros de minha mesma idade. Naquela época nossos pais não estavam muito preocupados se bebíamos um copo a mais, uma vez que quase nenhum de nós tinha carro e não corríamos o risco de acidentes voltando a pé para casa.
Em tempos ainda mais antigos, na Roma dos Papas, a passatella era muito mais que um simples jogo, era um microcosmo social em que se expressavam as dinâmicas e as tensões da vida quotidiana. Não era raro a passatella terminar em briga, às vezes com o uso de facas, tanto que em seguida foi proibida por lei. Conta-se uma história, não se sabe em que grau fruto da fantasia ou da verdade, em que perto do fim de 1500, o Papa Sisto V, preocupado devido às frequentes brigas e mortes provocadas pela passatella, quis experimentá-la uma tarde junto com alguns cardeais. Também neste caso terminou em briga, com o Papa Sisto que foi para cima de alguns cardeais que haviam procurado fazê-lo de “olmo”.
O jogo da passatella, em função da progressiva falta de interesse dos jovens pelas tradições, foi desaparecendo com o tempo; nem mesmo as tavernas estão conseguindo sobreviver, substituídas que são aos poucos por restaurantes étnicos ou por outras atividades comerciais mais lucrativas.
Lei também a Cozinha Romana e as Fraschette.
Para quem quer conhecer detalhadamente as regras do jogo da Passatella, recomendo acessar o seguinte site, em lingua italiana: Regole del gioco.
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