
A origem da pizza
Nápoles, sem dúvida, é considerada a pátria oficial da pizza. Já nos tempos antigos os Etruscos preparavam uma espécie de pão ou focaccia assada sobre a pedra que, na época do Império Romano, foi chamada de “Panis Focacius”, difundida rapidamente nas diversas províncias do Império. Até aqui, a pizza pouco tem a ver com Nápoles. Sendo ela um alimento pobre, de fácil preparo com poucos ingredientes, espalhou-se por todos os lugares. Nápoles, porém, tem o mérito de ter usado pela primeira vez o molho de tomate como ingrediente, quando a planta foi importada da América do Sul, depois que Cristóvão Colombo descobriu o novo Continente. Mas no começo o tomate era usado como planta ornamental, pois acreditava-se que seu fruto fosse venenoso.
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Nápoles, a pátria da pizza
Logo, porém, descobriram seu valor culinário e tornou-se fundamental para temperar a pizza napolitana, que, a partir de 1700, começou a ser vendida pelas ruas. Era também entregue em casa, dentro de uma pequena estufa a lenha, que a mantinha quente. Não tenho inveja de quem entregava pizzas naquela época, pois devia levar nas costas, além das pizzas, também a estufa. A pizza não era comida à mesa, como acontece nas pizzarias atuais.

Comprava-se nas ruas e era comida em pé, com as mãos. Podia comê-la também quem fosse pobre e cheio de dívidas, com a fórmula “la pizza oggi a otto”, ou seja, comida hoje, mas paga dentro de oito dias. O forno de Port’Alba, aberto em 1738, abastecia os vendedores ambulantes de pizza; mas em 1830 começou a servir a pizza nas mesas, tornando-se assim a primeira pizzaria oficial em todo o mundo. Entre os frequentadores famosos, a pizzaria Port’Alba envolve o Rei Ferdinando di Borbone, os escritores Gabriele D’Annunzio e Benedetto Croce, e… sim! também ele: Silvio Berlusconi! Uma alternativa à pizza clássica, assada em forno a lenha era a pizza frita, mais simples de preparar, também ela era vendida pelas ruas, temperada com ricota e gordura de porco. Então a pizza frita não existe mais, enquanto a pizza clássica napolitana começou a se difundir gradativamente pelo mundo inteiro logo após a segunda guerra mundial. Segundo a tradição, em 1889, o cozinheiro Raffaele Esposito deu o nome à pizza “Margherita” em homenagem à Rainha da Itália Margherita di Savoia.
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Alguém poderá perguntar se existe diferença entre a pizza preparada em Nápoles e a preparada no Brasil. Então: “sim”; excluindo-se o fato que o queijo mussarela e os tomates originais napolitanos, que têm um sabor decididamente superior, no Brasil, a pizza é exageradamente cheia de ingredientes, sobretudo de queijo fundido, enquanto em Nápoles são dosados de maneira mais equilibrada e menos abundantes; além disso, o sabor é valorizado pelo excepcional perfume da massa cozida em forno a lenha. Muitos brasileiros que vieram à Itália confessaram-me que preferem a versão “made in Brazil”, mas eu, seja por bairrismo, seja por ser incansável defensor das tradições da culinária italiana, grito alto que a pizza napolitana “made in Napule” é a melhor do mundo!
Em 2017, a Arte dos Pizzaiolos Napolitanos, foi declarada pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
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