Raffaella Del Greco, a poetisa das montanhas
A fonte de inspiração da poetisa e escritora Raffaella del Greco (1926-) nasce do amor pela sua terra (Abruzos), pela qual sente nostalgia, da melancolia, da fé em Deus e da trágica morte do pai, pastor fuzilado pelos alemães em 1943, por ele ter ajudado alguns prisioneiros ingleses fugidos dos cárceres alemães. O livro “Quei lunghi trenta giorni” (Aqueles longos trinta dias, sem tradução no Brasil), um dos melhores de Raffaella, conta a captura, o processo, a condenação e o fuzilamento de Michele del Greco, acompanhado pelo drama de uma família repentinamente privada do pai. O livro, traduzido para o inglês, foi oficialmente elogiado também pelo Príncipe Charles da Inglaterra em uma recepção junto à Embaixada Britânica em Roma, em 2002.
Em 2017, participou do documentário “Escaping Hitler” (Fugindo de Hitler) da TV inglesa Channel 4, sobre a fuga de prisonéiros inglêses pelas montanhas dos Abruzos durante a segunda guerra mundial e a ajuda que receberam pelos cidadãos abruceses.
Da intensa produção literária de Raffaella del Greco, mencionam-se as seguintes obras:
- “U pecurale” (O Pastor) – coletânea de poesias em dialeto abruzês sobre a jornada típica de um pastor, selecionada para inclusão na Antologia dei Poeti Europei dal “Nuovo Giornale dei Poeti” (Antologia dos Poetas Europeus do “Novo Jornal dos Poetas”), lançada no Salone del Libro di Torino (Salão do Livro de Turim);
- “Vuce de Mammarosse e de Uagliune” (Vozes de Vovós e de Crianças) – coletânea de cantigas de roda, nana-neném, jogos, provérbios e modos de dizer em dialeto abruzês.
Raffaella escreveu ainda letras para canções populares abruzeses, as quais foram musicadas por famosos maestros de orquestras.
As recordações da vida pastoril, das montanhas do Abruzzo e dos acontecimentos que envolveram o pai, encontram-se freqüentemente em muitas das poesias de Raffaella del Greco, entre as quais escolhemos “A mio Padre” (A meu Pai), na qual se misturam ternura e dolorosa nostalgia.
A MIO PADRE
Ancora voli di rondini |
A MEU PAI
Mais uma vez vôos de andorinhas, |
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