De Treviso, é famoso o “radicchio rosso” (uma variedade de chicória vermelho-escuro e branco, de inconfundivel sabor amargo). Da terra, a cozinha trevisana tira as hortaliças e o arroz; dos cursos d’água doce e da vizinha lagoa de Veneza, os peixes e moluscos; entre as carnes, destacam-se as de ave, sejam passarinhos criados em cativeiro, sejam selvagens. Mas vamos por etapa, partindo dos risotos, entre os quais citamos o “risotto al tajo“, à base de enguias e camarões de água doce; o “risotto alla sbirraglia“, à base de carne de frango; o “risotto al radicchio” em suas diversas versões, com o acréscimo de cebola, ou de linguiça ou de outros ingredientes. Entre as massas, famosas são as “tirache“, que no dialeto significa suspensórios, uma especie de tirinhas temperadas de diversas maneiras; eu prefiro aquela com molho de pato. O prato de carne mais famoso é a “sopa coada“, à base de carne de pombo desossada, pão amanhecido regado com caldo, tudo cozido no forno. Entre os peixes, menção de honra deve se dar à enguia, mas come-se também esturjões, bacalhau e moluscos. Para finalizar uma abundante refeição da cozinha trevisana, nada melhor que um Tiramisù, doce excepcional cujas origens são disputadas por diversas cidades do norte da Itália, mas que o histórico gastrônomo Maffioli atribui, sem sombra de dúvida, ao restaurante “Beccherie” de Treviso, obra de um confeiteiro que inspirou-se vagamente em doces alemães e na sopa inglesa.
Leia também a o Tiramisù de Tia Martina.
Ombralonga
Durante quase 20 anos Treviso sediou “Ombralonga“, uma manifestação eno-gastronômica que envolvia as tabernas da cidade, nas quais podia-se apreciar uma “sombra” (taça) de bom vinho local através da apresentação de um único ingresso. Os protagonistas da festa eram os vinhos trevisanos, particularmente o prossecco e o raboso. Infelizmente o evento foi interrompido em 2008, devido a frequentes acidentes causados pelos bêbados que circulavam pela cidade na noite da manifestação; mas talvez deve-se procurar os motivos mais nas rivalidades políticas da administração municipal. Quem sabe, com uma organização mais cuidadosa se poderia tentar dar uma nova vida à tal manifestação, atração dos amantes do bom vinho e das alegres companhias.
Para quem quer visitar Treviso e experimentar a cozinha trevisana, clique aqui.
Deixe uma resposta